No dia 18 de Abril do ano passado, o autor destas linhas deixou aqui um ‘post’ relativo ao sobrevoo da Comenda pelo dirigível alemão «Graf Zeppelin». Factos que, dissemos então nós, terão ocorrido por volta de 1935/1936. A visita desse avantajado charuto voador impressionou, naturalmente, as pessoas da nossa modesta aldeia. De tal modo que o acontecimento ficou gravado, até hoje, na memória daqueles nossos conterrâneos que tiveram o privilégio de observar esse inaudito sobrevoo do dirigível.
Só que, por aqui, não se registaram oficialmente detalhes sobre o assunto. Detalhes baseados em dados fornecidos pela imprensa do tempo, por exemplo, que nos permitissem afirmar categoricamente as circunstâncias reais do tal sobrevoo da nossa região e que nos levassem a identificar, de maneira categórica, o aparelho em questão. Daí o nosso tal texto só ter presumido o que acontecera e ter insinuado, apenas, que o dirigível em questão era o «Graf Zeppelin».
Acontece, porém, que aqui há dias (de maneira fortuita), deparámos na Internet com umas fotografias datadas de 1936 e que mostram o «Hindenburg» -o último grande dirigível construído e explorado comercialmente pela casa Zeppelin- sobrevoando a capital portuguesa. Ora, assim sendo, queremos referir (visto haver coincidência de datas) que o aparelho que sobrevoou a Comenda no tal memorável dia, poderia ter sido o acima referido «Hindenburg» e não o «Graf Zeppelin», seu irmão mais velho. E mais sortudo, já que, como aliás também havíamos referenciado no tal ‘post’, o «Graf» teve uma carreira praticamente sem incidentes, enquanto o «Hindenburg» deixou o seu nome na História pelas piores razões: ardeu em 1937 ao chegar à Nova Jérsia. Esse desastre, fez, como é sabido, uma trintena de vítimas (entre os passageiros e membros de equipagem) e ditou o fim dos dirigíveis comerciais.
As dúvidas persistem, pois, no que respeita o estranho visitante dos anos 30. Achámos, todavia, pertinente assinalar esta informação que agora recolhemos e juntar a dita ao dossiê do Zeppelin que um dia por aqui passou...
Manuel Monteiro Silva
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