Aqui há dias, remexendo na vasta papelada que, por vício, vou conservando, deparei-me com a transcrição dactilografada deste belíssimo poema. O nome do seu autor era-me desconhecido, talvez por força de mais de 40 anos de ausência deste país que é o nosso. Pesquizei informação na Internet e fiquei (mais ou menos) elucidado sobre a pessoa de Eduardo Olímpio Espada; um poeta e prosador transtagano natural de Alvalade do Sado, simpática vila do concelho de Santiago do Cacém, onde nasceu a 24 de Janeiro de 1933. Eduardo Olímpio vive dos livros que vai escrevendo, que já são muitos : uma vintena, consagrados à poesia, à ficção, à literatura infantil, etc. Eduardo Olímpio tem também colaborado com a imprensa regional («Diário do Alentejo», «Imenso Sul», «A Planície») e com jornais da capital e não só. À falta (temporária) de temas genuinamente comendenses, permitam-me os leitores deste blog que lhes ofereça este momento de rara beleza que é, indubitavelmente, o poema «Se fores ao Alentejo...».
SE FORES AO ALENTEJO...
Se fores ao Alentejo
Não leves vinho nem pão :
Leva o coração aberto,
E ao lado do coração
Leva a rosa da justiça
E o teu filho pela mão.
Se fores ao Alentejo
Não leves vinho nem pão :
Leva o teu braço liberto
Para abraçar teu irmão;
Esse irmão que está tão perto
Do teu aperto de mão
E que tão longe amanhece
Nos campos da solidão.
Se fores ao Alentejo
Não leves vinho nem pão :
Leva a alegria de seres
Irmão de quem vai parir
Uma seara de trigo,
Uma charneca a florir,
Um rebanho e um abrigo
E um amanhã que há-de vir
Como se fosse outro amigo
Dentro do sol, a sorrir.
Se fores ao Alentejo
Não leves vinho nem pão :
Leva o coração aberto
E o teu filho pela mão.
(Eduardo Olímpio)
Manuel Monteiro Silva
terça-feira, 30 de junho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Ultima Caminhada
Realizou-se no Sábado a ultima caminhada deste período organizada pela Câmara Municipal de Gavião, foi em Margem dando-se assim a volta a todas as freguesias do Concelho falta Gavião que só será lá para Setembro.
Da Comenda foi um autocarro quase cheio da malta que costuma andar nestas andanças,pelas terras de Margem foi feito o percurso normal de 4 km com o abastecimento ao meio da prova de fruta e água.
Nunca é demais dizer que o convívio e o exercício físico são os tónicos mais importantes destes passeios, já que a maior parte das pessoas que participam estão já aposentadas e se não existisse estas caminhadas pouco ou nenhum exercício faziam.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
BREVE APONTAMENTO SOBRE O PÃO QUE SE COMIA NA COMENDA NOS ANOS 30 E 40 DO SÉCULO XX
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Moinho de Água no Vale de S.João
Este é o único Forno dos três públicos antigos que existe ainda actualmente na Comenda
Rua 5 de Outubro
Rua do Vale da Feiteira
O pão é, desde tempos imemoriais, o alimento de base da população portuguesa; que ainda hoje é, em toda a Europa, uma das maiores consumidoras desse produto insubstituível na dieta humana. E o alentejano é um caso particular no nosso país, já que come mais pão (de trigo) do que qualquer outro português, mercê da sua famosa culinária que o utiliza em abundância nalguns dos seus pratos mais emblemáticos : açordas, migas, sopas (de peixe ou de sarapatel), etc.
Quero lembrar aqui, de maneira simples e muito breve, a relação dos comendenses com o pão. A ver vamos se isto me calha bem...
Convém dizer antes de mais que, por essa época (décadas de 30 e 40 do século passado, como referi no título), ainda se produzia muito trigo e muito milho nas terras da nossa freguesia. Trigo e milho que os maiores agricultores da região lançavam no comércio nacional de cereais e que os mais modestos transformavam em pão, para satisfazerem as necessidades de suas casas.
Segundo informações colhidas junto de uma nossa conterrânea de oitenta e muitos anos (a minha própria mãe), havia no Castelo dois fornos públicos, funcionando ambos na actual rua 5 de Outubro. Artéria antiga da nossa aldeia, que, a acreditar no que me disse um outro dos nossos idosos, também já foi conhecida pelo curioso nome de Rua do Mija em Pé.
Note-se que estou a referir-me a fornos públicos, explorados por proprietários particulares, e não a fornos comunitários tal como existiram (e ainda hoje perduram) noutras comunidades do nosso país.
Os ditos fornos eram geridos tradicionalmente por uma senhora –a forneira- que, antes de os aquecer (com ramalhos e outra lenha miúda), tinha a responsabilidade de alertar as pessoas interessadas da hora em que poderiam trazer o pão para a cozedura. Cozedura essa que era efectuada vários dias por semana. Depois de cozido, o pão eram recolhido pelos respectivos donos ou transportado para os seus domicílios, em tabuleiros de madeira, pela própria forneira. Profissional que recebia, como recompensa do seu labor, um pão –de trigo ou de milho- por cliente ao qual ela prestava esse importante serviço.
O pão era depois conservado em casa, geralmente em arcas, num local propício à sua natural conservação. Esse alimento era de tal qualidade, que durava e se comia, sem problemas, durante uma semana. Da sua qualidade e sabor posso eu trazer aqui o meu testemunho, já que –na primeira metade dos anos 50- ainda cheguei a comer o pão que fabricava e cozia a minha avó materna (senhora Alice de Jesus Monteiro) num forno pessoal.
Abro aqui um parêntese para referir que o cereal, geralmente trigo ou milho, era, como é óbvio, previamente transformado em farinha nos moinhos da região, depois dos respectivos moleiros terem recolhido o precioso grão em casa dos seus clientes. Lembro que o último desses moinhos –o do Vale de S. João, junto à Ferraria- encerrou há poucos anos, por morte do seu proprietário, o popular e muito estimado senhor Luís Couteiro.
Convém dizer que, por variadas razões, havia comendenses que preferiam adquirir o pão que comiam a padeiros itinerantes vindos do exterior. Vindos nomeadamente da vizinha vila de Tolosa, onde esse alimento-base das nossas gentes era cozido nos fornos do senhor João Alves, um conhecido e próspero comerciante originário da Comenda e, por sinal, irmão da avó paterna deste vosso criado.
Posteriormente à era dos fornos públicos abriram na Comenda padarias, que comercializavam os seus próprios produtos. Eu recordo-me particularmente bem de uma delas (pertencendo ao casal José e Diamantina Carranca) que funcionou durante muitos anos na actual rua do Vale da Feiteira.
Este assunto não se esgota, naturalmente, nestas linhas. Muito haverá ainda para contar sobre o pão que, outrora, se comeu em Castelo Cernado. Nessa perspectiva, convido os leitores deste blogue a comentarem estas linhas e a completarem aquilo que aqui, singelamente e de maneira incompleta, fica registado.
Manuel Monteiro da Silva
quinta-feira, 25 de junho de 2009
XV Encontro de Coros
O maior evento cultural que se realiza na Comenda nesta altura do ano, é o Encontro de Coros organizado pelo Orfeão da Comenda Estrela da Planície já vai na sua XV edição.
Este ano teve a participação do Grupo Coral Polifónico Jubilare de Alcanena, e do Orfeão de Estremoz Tomaz Alcaide que juntamente com o Orfeão da Comenda deram um espectáculo de grande cariz cultural para a divulgação da Música Coral Polifónica,e que muito entusiasmaram as pessoas que encheram por completo o Centro Paroquial e Comunitário de Comenda para assistir ao evento,ignorando o calor que se fazia sentir.
Os Grupos chegaram por volta das 15.30 horas, depois de envergarem as respectivas fardas,cada Grupo fez o seu aquecimento de vozes e teste ao som da sala.
O Encontro começou por volta das 16 horas, como já afirmei com a sala bem composta de pessoas de todas as idades.
Na abertura do Espectáculo o Presidente da direcção do Orfeão da Comenda, fez uma pequena alocução ao trabalho feito por este grupo ao longo destes 16 anos de existência,e agradeceu tambem ás diversas entidades todo apoio para a realização deste evento, principalmente á Câmara Municipal de Gavião,que é o principal parceiro no apoio a esta Associação.
Cada Orfeão interpretou 7 temas a seu gosto, no total o espectáculo durou cerca de 1.30 horas,no final houve troca de lembranças entre os grupos, e respectivos Maestros, a que se seguiu um jantar convívio para todos os elementos dos grupos, servido no Ex libris da nossa terra, o Parque de Merendas da Ribeira da Venda.
Foi uma tarde cultural excelente onde o Público aplaudiu com entusiasmo o trabalho feito pelos grupos,é com eventos destes que a nossa terra vai sendo mais conhecida a nível nacional,como foi o caso da revista Sábado que menciono nos textos anteriores.
Feira Medieval de Belver
Realizou-se Sexta Sábado e Domingo a já tradicional feira medieval de Belver,
é um evento cultural de grande envergadura, que trás a terras de Belo Ver milhares de visitantes de todo o País.
Os cenários recriados da Idade Média, com as bancas dos mercadores a venderem os seus produtos, os saltimbancos, os teatros de rua,etc,fazem da feira medieval um dos eventos mais importantes da nossa região,o ponto alto aconteceu no sábado pelas 22horas com o "Assalto ao Castelo", no confronto entre Espanhóis e portugueses.
Organizada pela Câmara Municipal de Gavião esta foi a VIII edição da feira,evento que muito contribui para dar a conhecer a nossa região.
A nossa Região em destaque
O Castelo Cernado na Imprensa Regional
sábado, 20 de junho de 2009
SOBRE O ARTIGO «TERÁ A GUERRA CIVIL DE ESPANHA (1936-1939) COMEÇADO NA COMENDA ?»
Obrigado ao Luís pelas suas preciosas informações sobre o aeroplano do Dr. Rebelo. Trata-se, com efeito, de um Miles (aparelho de concepção e construção britânicas), provavelmente do modelo M.2F, equipado com um motor De Havilland (DH) Gipsy Major de 130 cv. Desconhecia que fora baptizado com o nome de «Passarola» pelo seu proprietário. Quanto à famosa cruz de Santo André (branca sobre disco de cor escura) que decorava a asa esquerda do Miles em questão, esta é perfeitamente visível na tal foto publicada no livro do padre Heitor Patrão que referi. No que respeita a data de 1893 -dada como sendo a do nascimento de Pequito Rebelo- reportei-me ao «Dicionário de História do Estado Novo» de Fernando Rosas e Brandão de Brito (Bertrand Editora, 20 tomo, página 818). Não descarto, porém, a hipótese de erro por parte dos supracitados. E já agora, uma precisão : não pretendo fazer História nas páginas deste blogue. Não tenho vocação, nem formação académica que me permita tal veleidade. Limito-me a evocar (de maneira simples, despretensiosa e que não ofenda ninguém) factos relacionados com a nossa terra e que, porventura, interessem outros comendenses; e também a falar de coisas (tradições, curiosidades, etc) que tenham a ver com a Comenda e com a sua gente. Isto dito, agradeço encarecidamente a todos aqueles que têm manifestado interesse (de uma ou de outra forma) pela matéria que aqui vou colocando sob a supervisão do Danny, o meritório criador do blogue Castelo Cernado.
Manuel Monteiro da Silva
Orfeão da Comenda em S.Lourenço de Mamporcão
A convite feito pela Associação de Amigos da Terceira idade de S.Lourenço de Momporcão, aldeia que fica a cerca de 10Km de Estremoz, o Orfeão da Comenda deslocou-se a esta aldeia para dar um concerto no âmbito da festa de inauguração do novo lar/Centro para idosos.
O Grupo foi transportado em três carrinhas da Associação de S.Lourenço,chegados ao local da festa por volta das 7.30horas foi feito um aquecimento de vozes pelo Maestro Domingos Redondo.
O concerto iniciou-se cerca das 21.30horas em frente á fachada do Lar/centro de dia de S.Lourenço ao ar livre,com a assistência bem composta.
As pessoas aplaudiram muito durante o concerto, cantando mesmo algumas músicas com o Orfeão mostrando o seu entusiasmo, o concerto durou cerca de 45 minutos, no fim do qual houve troca de lembranças, e discursos da praxe, seguindo-se um pequeno lanche para todo o grupo, o qual regressou á Comenda cerca da meia noite e meia.
O arraial continuou com musica para o bailarico até as tantas,o Orfeão da Comenda leva assim mais uma vez o nome da sua terra, a ser conhecido noutras paragens, e contribui para o entusiasmo e bem estar de outras gentes.
Seque-se amanhã o XV Encontro de Coros na Comenda, depois faremos a reportagem.
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