sábado, 28 de novembro de 2009
2º Passeio TT Clube Coolmenda Team
Mais uma reportagem sobre o Passeio tt,desta vez mais completa e feita pela nossa excelente repórter Tânia.
" 2º Passeio TT Clube Coolmenda Team
Pela manhã do passado domingo, 22 de Novembro de 2009, a Associação Coolmenda Team organizaram o seu 2º Passeio TT contando com cerca de 80 participantes entre eles também acompanhantes, quanto a veículos rondaram os 20 jipes e 25 motos, estas últimas distribuídas por Quads e motos.
Apesar do nevoeiro que se fez sentir pela manha o sol lá apareceu dando uma ajuda para que este passeio corresse na perfeição.
Devido à chuva que se fez sentir no dia antes, os caminhos encontravam se molhados fazendo com que houvesse muita lama (o que deu espectáculo!).
Foi com muitas diversões por parte dos participantes como por exemplo jipes atascados e até mesmo o tractor que os auxiliava também este foi "tramado" pela lama que existia na barragem da Marteira!
O Passeio terminou numa pista feita pela organização onde existia diversos obstáculos, pista que se encontra nos terrenos perto da antiga fábrica Ifal.
Foi sem dúvida um dia bem passado para todos os participantes assim como para a organização e todos os que assistiram a este 2º Passeio feito por terras da nossa freguesia, como mostram as fotografias.
É de referir que esta Associação contou com o apoio por parte da Junta de Freguesia de Comenda que apoia o Desporto e a Cultura, esta que se fez representar pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia Eusébio Gaspar e pelo Sr. António Manuel Silva.
A toda a equipa do Coolmenda Team os Meus Parabéns!
Tânia Mota "
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
«A MINHA TERRA E OS USOS E COSTUMES DA SUA GENTE» (III)
(…)
Após alguns dias de preparativos, os homens da minha terra saiem novamente para transformar em carvão a lenha cortada durante a primavera e o verão. Essa é de todas as tarefas executadas por estes bravos trabalhadores a mais dura e a de maior sacrifício. Esse trabalho é, geralmente, feito de empreitada e nunca vai além de sessenta a noventa dias. É onde ganham mais dinheiro, pois não há ali horas de começar ou de largar. É dar tudo por tudo, porque o salário é inversamente proporcional ao tempo. Como é árdua a vida de carvoeiro… Só os habitantes de pequenos povos rurais são dotados de resistência física para poderem suportar tal sacrifício. Apesar da magra alimentação que os nutre, são saldados pelo ar puro dos campos e pela vida sossegada da aldeia, onde o vício e o bulício das grandes cidades ainda não conseguiu chegar.
Os fornos de carvão são terrados e postos a arder. Em cada grupo há um companheiro que tem o nome de cozedor, porque é ele quem tem a responsabilidade da mecânica dos fornos, sendo a cozedura dos mesmos nada mais do que uma combustão lenta. Depois de terrados, os fornos são postos a arder. Desde então, necessitam de uma vigilância bastante assídua. O cozedor vai várias vezes, durante o dia e a noite, observar o seu andamento : apertar a terra de encontro ao carvão já cozido, para evitar as bolsas de ar entre o carvão ou a lenha e a terra (o que iria motivar uma combustão viva, de que resultaria, como produto, um montão de cinzas) ou puxar o lume mais aos quinais, à costa ou à cruzeta, conforme o seu conhecimento técnico o entender. Geralmente, estes desvios de fogo são feitos com furos abertos em determinados sítios, com o auxílio do cabo de uma enxada. O bom resultado desta operação é uma função dependente da competência do cozedor, da qualidade da terra, do grau de humidade da mesma, das condições atmosféricas, etc.
Depois dos fornos cozidos, procede-se à alagação dos mesmos, operação que consiste em lhe derrubar as terras para os privar do contacto directo com o ar. Segue-se o empoamento, garantindo-se a quase totalidade do seu arrefecimento. Após estas fases, começa a tiragem do carvão, trabalho que só se faz de noite, para que algum pedacinho de carvão incandescente salte logo à vista e seja neutralizado, não vá ele queimar todo o carvão na ausência dos carvoeiros, depois de tanto trabalho e canseiras. A tiragem deste combustível começa, quase sempre, por volta das três ou quatro horas da manhã e prolonga-se até ao nascer do sol, altura em que os carvoeiros tomam o pequeno almoço. Depois, procedem ao desencalcamento do carvão já frio, fazendo, em seguida, a escolha e ensaque, tarefa que vai durar até às nove ou dez horas da noite. Ceiam. Refeição constituída, regra geral, por feijão frade com toucinho frito. Vão depois descançar quatro ou cinco horas sobre duas margens de charrua, que lhes servem de colchão, cobertas por algumas sacas vazias. Por cima não é necessário nada, porque quando o frio da madrugada os surpreende são horas de levantar e de recomeçar o trabalho.
Acabada esta tarefa, voltam pela última vez desse ano à terra natal. Magros, alquebrados por tanta canseira e sofrimento, sentindo ainda bem no seu corpo o vinco de rijas camas e a fadiga de tantas horas de trabalho fora do normal. Mas tudo esquece, em breve, àqueles homens duros como o ferro, mas de almas tão sensíveis. Basta apenas, a cada um deles, ao chegar a casa, as carícias da sua fiel companheira -que durante a sua ausência trabalhou em hortas e milharadas, ampliando o conchego do seu lar- e a presença de uma loitita criança que lhe vem bricar nos joelhos, fazendo-lhe inocentes perguntas, às quais o pai vai respondendo pacientemente. Numa ternura infantil, com os bracitos em volta do seu pescoço, o filho começa por contar-lhe as suas aventuras de criança e os castigos infligidos pela mãe como ‘prémio’ das suas diabruras. Por fim, esgota todo o seu repertório e diz ao pai : «quando te fores outra vez embora, eu também quero ir contigo». O pai estremece perante este pedido, mas diz-lhe : «sim, quando fores grande, também hás-de ir comigo fabricar carvão». O semblante, que ainda há pouco era alegre e sorridente, toldou-se num instante, como se o seu cérebro tivesse sido fulminado por um mau pensamento. Nas sua faces tisnadas pelo sol e pelo sofrimento deslizam duas lágrimas, que ele esconde àquele riso da inocência, tão longe de saber quanta dor, quantas lágrimas e quanto suor há no pão que o alimenta. Como se o seu íntimo tivesse estremecido ao contacto de um choque eléctrico, envolve o débil corpito num abraço paternal, como que para protegê-lo de um futuro que, geralmente, recai sobre noventa por cento dos filhos de carvoeiros, que é o de ser carvoeiro também.
(continua)
Manuel Monteiro Silva
2º Passeio Colmenda team tt
Realizou-se no passado fim de semana mais um passeio tt, organizado pela Associação clube Colmenda team tt, e apoiado pela Câmara Municipal de Gavião e pela Junta de Freguesia de Comenda.
A concentração teve o seu inicio junto ao Centro paroquial e Comunitário de Comenda, e dai foi dada a partida para o passeio que teve o seu itinerário nas redondezas de Vale de Feiteira e Comenda passando pela ribeira da venda, e vindo terminar de novo junto ao Centro Comunitário.
Houve uma grande adesão de participantes amantes do todo o terreno com veículos de toda a espécie, jipes, motas, quads etc,no fim do passeio houve um almoço de confraternização, oferecido pela organização e servido no Centro Paroquial,foi uma boa divulgação da nossa terra, e da modalidade, parabéns Clube Colmenda Team tt.
ADIC Futsal 4ª Jornada
Meus amigos desculpem de esta reportagem vir com um bocado de atraso, mas as necessidades da vida e a falta de tempo da repórter, assim obrigam, mas o que interessa é mesmo a divulgação, então aqui vai a reportagem da 4ª jornada:
4º JORNADA ADIC - REGUENGO
14 de Novembro de 2009 teve inicio a 4ºjornada do campeonato distrital de futsal, jogo disputado entre ADIC e Reguengo. Mais uma vez é de lamentar informar vos que o ADIC sofreu a sua quarta derrota ( 8-2) !
Jogo muito complicado na 1º parte devido a falta de defesa de alguns jogadores por parte do ADIC que levou a que a equipa começasse a perder por 5 0!
Jogo este que contou com duas ausências João Flores e Seipião.
Após o intervalo, os jogadores do ADIC entraram mais "certos" e durante esta parte conseguiram diminuir a vantagem marcando dois golos de Raul e de Celso ambos com apoio de Kamané! ADIC com esta derrota mantém o nono lugar na classificação sendo um total de 10 equipas!
Informo também que o treinador Márcio Lopes deixou de comandar a equipa passando assim, a ser Paulo Branco (Negas) o novo treinador e também jogador.
Próximo jogo será no próximo sábado, 28 de Novembro na vila de Campo Maior, contra o Campomaiorense, veremos se trago boas noticias. Esperamos que sim!
Novos Reforços vêem a caminho. Todas as novidades na próxima análise.
FORÇA ADIC!
Nota: As minhas análises de jogo são acompanhadas de críticas, mas críticas construtivas e com lógica, pois é de críticas que se ajuda a melhorar o que está mal!
Tânia Mota
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Nova época para os séniores
Peço desculpa aos meus amigos mas só agora foi possível fazer esta divulgação, está a decorrer já quase á um Mês a nova época de ginástica e hidroginástica para os seniores,mais um ano para estes (jovens) puxarem pelo cabedal, com a coordenação do professor Jorge Lima e o apoio da Câmara Municipal do gavião, todas as terças- Feiras e Quintas - Feiras vem um autocarro á Comenda para transportar os nossos seniores, para a piscina Municipal, para a sessão de Hidroginástica, e todas as Sextas Feiras sessão de Ginástica no Centro Paroquial e Comunitário de comenda.
sábado, 14 de novembro de 2009
«A MINHA TERRA E OS USOS E COSTUMES DA SUA GENTE» (II)
(…)
Acabada a faina da cortiça, voltam de novo à minha terra ou deslocam-se directamente a outras herdades, para procederem ao derrube de sobreiros e azinheiras autorizado pela Junta Florestal. Dessas árvores aproveitam a cortiça virgem, que se destina ao fabrico de aglomerados, e a casca que se encontra sob esta para utilização em curtumes de solas e cabedais e fabrico de tintas.
A lenha destas árvores, depois de convenientemente traçada com machados e serrotes, é rechegada para sítios seleccionados por peritos no assunto às costas destes mártires. Trabalho muito pesado (quantas vezes para além das possibilidades humanas), chegando, por vezes, a formarem-se feridas no pescoço destes bravos trabalhadores, que mais parecem cachaço de bois de trabalho que de seres humanos.
Aproxima-se a última semana de Agosto. Ninguém falta no seu Castelo querido à grande festa e feira anual –uma das mais importantes do Alto Alentejo- que tem lugar no campo, a um quilómetro da aldeia, junto à igreja de Nossa Senhora das Necessidades. São interessantes e bastante animadas, na minha terra, a última semana de Agosto e a primeira de Setembro. Enquanto chegam grupos destes bravos trabalhadores, surgem de todas as direcções caravanas de ciganos com a intenção de negociar burros, cavalos e muares. Os nómadas enganam muitas vezes os outros feirantes, mas sem eles a festa e a feira perdiam todo o seu colorido. É ver nesses dias em todas as tabernas da aldeia lindas ciganas e desengonçados ciganos, elas com seus trajes sevilhanos matraqueando castanholas e bandoleando o corpo em curvas voluptuosas, enquanto eles dedilham violas e batem palmas, exibindo danças características de Espanha.
Chegam, enfim, os dias de festa e de feira, que se efectuam nos primeiros dias de Setembro. Ainda é de madrugada e a aldeia dorme, mas é acordada pelo troar de girândolas de foguetes e pelo ribombar de potentes morteiros. A petizada salta da cama entusiasmada, às vezes sob o ralho dos pais que fingem não ouvir o foguetório, e se não consegue abrir a porta da rua salta pelo postigo. É ver os miúdos correr em várias direcções, tropeçando aqui e acolá, tentando ‘sprintar-se’ uns aos outros para irem apanhar as canas dos foguetes, o que constitui todo o seu contentamento.
O sol nasce. Os lugares da freguesia são saudados por uma banda filarmónica da região, geralmente de Tolosa, Castelo de Vide ou Gavião, procedendo ao mesmo tempo os festeiros ao peditório habitual, para auxílio da organização da festa em honra de Nossa Senhora das Necessidades.
Tudo é movimento atarefado nesse dia. As raparigas levantam-se mais cedo e vão várias vezes à fonte pública encher os seus potes de Nisa, para que não falte a água em casa nesse dia. Depois, é nos vestidos a estrear que se concentra todo o seu cuidado. Vestidos esses que são, geralmente, confeccionados em segredo, para que as outras não possam imitar o seu feitio ou comprar tecido igual. Depois, envergando os seus novos vestidos, lá vão elas com os seus pais e namorados a caminho da feira, empregar as arrecadas, amealhadas durante o ano, em roupas e objectos de uso caseiro, que depois do casamento constituirão o conforto do seu simples e modesto lar.
Estamos no primeiro domingo de Setembro. Os sinos do campanário daquela velhinha igreja anunciam a hora do meio-dia. Acorrem milhares de pessoas do sítio e das circunvizinhanças, que se vêem aglomerar em frente da igreja para ver sair a Virgem no seu andor, cujo pedestal vem assente sobre os fortes ombros de voluntários rapazes da aldeia. Saiu ! Há lágrimas sentidas nos olhos daquela gente rude e humilde. Ouve-se o rumor de fervorosas preces, que partindo do mais fundo das almas chegam até à maior das alturas. Depois de algumas voltas ao adro, o andor recolhe novamente à igreja e acabou-se, Assim, a festa.
Manuel Monteiro Silva
(continua)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
ADIC Futsal 3ª Jornada
No passado dia 7 de Novembro de 2009 foi disputado o terceiro jogo do campeonato distrital de futsal, entre Povoa e Meadas e ADIC.
Foi um jogo muito complicado pois a ADIC começou a perder por 4 0 o que realmente deveria de ser um jogo facil! Infelizmente ao longo do jogo nao houve quaisquer dificuldades em o adversário marcar golos o que levou a uma derrota por 9 3, descendo assim para nono lugar na classificação distrital. Foi um jogo que eu propria fiquei sem palavras e muito desiludida, pelo menos este relatorio assim o demonstra, deixaram escapar uma belissima oportunidade para fazerem a primeira vitoria no campeonato. Está bem que o piso do pavilhão também não era o melhor, mas os jogadores não demonstraram o que sabem, muito pelo contrario!!
Culpa dos jogadores?? Culpa do treinador?? isso será caso para ser tratado entre eles!
Acho que, mesmo com algumas falhas, os melhores em campo foram mesmo os árbitros!!!!
Atenção as tácticas de jogo e as substituições, sei que todos tem a oportunidade de jogar, mas é conveniente fazer as substituições nas alturas adequadas!!
Vamos aguardar pela 4 jornada, dia 14 de Novembro (próximo sábado), a ADIC ira jogar em casa (Pavilhão Municipal de Gavião) contra o Reguengo! Façam o favor de aparecer, a Nossa Equipa precisa de NOS!! ... espero que não seja para mostrar lenços brancos!!!!!!! (pois no ultimo jogo foi o que mereceram!)
A Toda a Equipa, desejo que no próximo jogo façam com que os sócios e amigos esqueçam o jogo passado!!
Peço desculpa, mas desta vez o relatório de jogo foi mais uma critica, mas infelizmente deste jogo não há muito mais a dizer...
Tânia Mota
terça-feira, 10 de novembro de 2009
«A MINHA TERRA E OS USOS E COSTUMES DA SUA GENTE» (i)
Algumas linhas sobre o texto que se segue
«A Minha Terra e os Usos e Costumes da sua Gente» é uma evocação da Comenda e dos seus habitantes das décadas de 40/50 do século passado. É seu autor António Francisco da Silva (que faleceu no Castelo em 2007, com 83 anos incompletos), também conhecido cá na aldeia pelos apodos de António Miguel e de Francês, sendo este último justificado pelo facto de ter residido largos anos no estrangeiro. O texto em questão foi escrito no Barreiro (onde ele também morou), como trabalho obrigatório da disciplina de Língua Portuguesa no ano (que não nos foi possível determinar) em que o autor foi finalista do Curso Comercial, que tirou (no quadro do ensino nocturno) na escola técnica Alfredo da Silva daquela localidade. Devido à extensão deste texto, dividimo-lo em quatro partes, que serão sucessivamente publicadas no nosso blog.
«A MINHA TERRA E OS USOS E COSTUMES DA SUA GENTE» (i)
A minha terra é um castelo sem ameias. Castelo que nunca possuiu alcaide e a cujas portas nunca bateu o inimigo, mas castelo de muitos heróis. Falo de heróis, mas não daqueles que imortalizaram o seu nome na História dos povos quer matando o seu semelhante, quer conquistando a terra alheia. Não ! Os heróis da minha terra também conquistam e também matam, mas à terra só conquistam o pão de cada dia e é com ele que matam a fome a muitas almas.
A minha terra é uma pequena aldeia do Alto Alentejo de nome Castelo Cernado. Terra de agricultores, carvoeiros e tiradores de cortiça. Nestas duas últimas profissões são exímios e afamados entre os grandes fabricantes de carvão vegetal e os proprietários das enormes herdades de sobreiros do Alentejo.
A sua vida é quase nómada, pois passam parte do ano fora da terra natal. A azáfama começa logo em Janeiro. Ano novo, vida nova, como se costuma dizer. É nesse mês que os homens da minha terra começam a sair em grupos ou partidos, chefiados por capatazes competentes, para vários pontos do país, para procederem à limpeza de sobreiros e azinheiras. Trabalho difícil e perigoso em dias de chuva e tempestade. Árvores esguias e sem estabilidade de apoio, sacudidas pelo vento e pela chuva, oferecem uma queda mortal a estes pobres trabalhadores no momento em que eles menos o esperam.
Acabada a limpeza destas árvores, procedem ao descortiçamento das pernadas de sobreiro, juntam a lenha, enfornam-na e eles aí vêm de volta, para passarem a Páscoa na companhia da família. A demora é de pouco tempo, vinte a trinta dias, se tanto.
Depois são as tiradas de cortiça, em que eles vão ocupar parte do Verão. Trabalho para eles leve, trabalho em que o seu organismo afeito a tarefas duras e pesadas menos se ressente. Geralmente, as tiradas de cortiça têm o seu início pelos fins de Maio ou princípios de Junho, dependendo isso do grau de pluviosidade verificado durante a Primavera, porque esta estação tem grande influência na extracção da cortiça. Se choveu muito, o sobreiro toma muita seiva e a cortiça com facilidade se extrai. Se a Primavera foi seca, a cortiça está muito agarrada e, às vezes, vem junto a ela o entrecasco (que há-de ser futura cortiça), o que se torna bastante prejudicial ao sobreiro. É ferida que jamais terá cura.
A tirada de cortiça é, ao mesmo tempo, um espectáculo interessante e doloroso aos olhos de quem o contempla. Quem nunca viu uma tirada de cortiça não pode avaliar de perto as sensações espirituais que se experimentam perante tal quadro. Os tiradores de cortiça assentam arraiais ao ar livre, geralmente à sombra de frondosos sobreiros, dos quais extraiem alguns cortiços que dependuram dos mesmos com o auxílio de arames ou cordas, onde guardam os géneros alimentícios; que ficam, deste modo, fora do alcance de cães, gatos, ratos, formigas e demais bicharada. Depois fazem as camas no chão, sobre um feixe de feno ou em cima dos próprios sobreiros para não serem picados pelas melgas. Após estes arrumos, afiam convenientemente as ferramentas e aguardam a hora do início.
Chegou, enfim, o momento de começar. Uma voz, que se faz ouvir por toda a companha com a atitude de quem manda, grita : «rapazes vamos à vida, que a morte é descanço» ! Então, aqueles homens de aspecto rude, agrupados dois a dois, empunhando cada qual a sua machada faiscante em forma de meia lua, investem contra o tronco dos pobres sobreiros vibrando milhares de machadadas, que eles recebem sem um queixume e sem que uma única vá ferir o entrecasco da árvore. Golpes que só as mãos calosas e hábeis destes operários conseguem vibrar com tal perícia. Após alguns minutos, ouve-se o ronco surdo do desagregar de milhões de moléculas e começam a cair no chão algumas folhas de cortiça, deixando a descoberto o entrecasco que, ao fim de nove anos, será nova cortiça criada. É então que surge o doloroso espectáculo aos olhos de quem o contempla : são milhares de seres vegetais erguendo os braços seminus ao céu, como que a implorar do Criador a compaixão que os seus filhos não tiveram.
A cortiça é junta e empilhada em pontos estratégicos, para que possa ser transportada para as fábricas, onde é manipulada ou maquinofacturada, sendo depois exportada para o estrangeiro, onde é muito apreciada e tem várias aplicações. Esta exportação é das que mais contribui para o equilíbrio económico da nossa balança comercial.
(continua)
Manuel Monteiro silva
domingo, 8 de novembro de 2009
PORTO ALVAR OU POÇO SALVAR ?
No texto que aqui postei há 2 ou 3 dias, a propósito da poluição que atinge aquele que deveria ser um dos recantos mais bonitos da nossa terra, chamei a esse sítio Poço Alvar , em vez de Poço Salvar. Como nos assinalou o Luís (sempre atento ao que vamos escrevendo no blog Castelo Cernado) e, depois, me foi confirmado por vários dos nossos conterrâneos. Peço desculpa pelo erro -que aqui deixo devidamente rectificado- e pela minha ignorância, que encontra a sua justificação no facto de os meus conhecimentos sobre a nossa aldeia assentarem, afinal, em menos de 10 anos de residência na Comenda. Isto em 64 de vida. E também pelo facto dos nomes de lugares me serem transmitidos oralmente, o que facilita este género de enganos. De qualquer modo, muito obrigado ao Luís pelo seu pertinente comentário.
E já agora, aproveito a oportunidade, para lançar um novo apelo aos comendenses (residentes na nossa terra ou a ela ligados por laços de afecto) para que sejam mais participativos e nos contem, ou enviem para futura publicação, episódios que recordem o passado da nossa aldeia e das suas gentes, nos falem do momento presente da Comenda (tal como o podem ver com os seus próprios olhos e a sua sensibilidade) ou nos transmitam ideias sobre o futuro que esperam para a nossa comunidade. É que só assim, na diversidade de opiniões e de experiências, este blog continuará a ter algum interesse. Senão, embora se mantenha vivo, acabará por definhar; por ser a coisa de duas ou três pessoas. Obrigado também a todas e a todos os naturais e amigos do Castelo que continuam a comentar aquilo que aqui se escreve no blog. Porque os encorajamentos e críticas (justificadas e construtivas) serão sempre bem recebidos.
Manuel Monteiro Silva
E já agora, aproveito a oportunidade, para lançar um novo apelo aos comendenses (residentes na nossa terra ou a ela ligados por laços de afecto) para que sejam mais participativos e nos contem, ou enviem para futura publicação, episódios que recordem o passado da nossa aldeia e das suas gentes, nos falem do momento presente da Comenda (tal como o podem ver com os seus próprios olhos e a sua sensibilidade) ou nos transmitam ideias sobre o futuro que esperam para a nossa comunidade. É que só assim, na diversidade de opiniões e de experiências, este blog continuará a ter algum interesse. Senão, embora se mantenha vivo, acabará por definhar; por ser a coisa de duas ou três pessoas. Obrigado também a todas e a todos os naturais e amigos do Castelo que continuam a comentar aquilo que aqui se escreve no blog. Porque os encorajamentos e críticas (justificadas e construtivas) serão sempre bem recebidos.
Manuel Monteiro Silva
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
TRISTE ESPECTÁCULO
Na nossa aldeia corre um fiozinho de água a que os comendenses chamam (ao que nos disseram) ribeira da Nave na sua nascente, ribeira do Senhor Padre no seu trecho intermediário e ribeira do Lagar junto ao seu término. O lugar mais pitoresco desse ribeiro é o denominado Poço Alvar, que se situa a escassos metros da estrada que liga a nossa terra ao Monte da Pedra e a outras localidades do vizinho concelho do Crato. Lugar esse que já serviu de lavadouro às donas de casa da Comenda de outros tempos e de piscina natural à mocidade de outrora. Durante milhões de anos, os elementos erodaram o solo granítico e transformaram esse sítio num curiosíssimo mini-canyon, por onde -durante as estações molhadas- a água se precipita numa também minúscula cachoeira. O Poço Alvar nada tem, naturalmente, a ver com as famosas cataratas do Niagara ou com as espectaculares quedas do Iguaçú; mas é, ainda assim, na sua pequenez, coisa bonita de se ver. Tanto mais, que o sítio está localizado num terreno onde crescem canaviais, que conferem ao lugar uma suave e repousante mancha de verdura. Abunda por ali a passarada e, quando a ribeira corre, não é raro distinguir em trechos mais calmos do seu curso, alguns cágados, além das habituais e coaxantes rãs. Enfim, o sítio de que falamos (e que a maioria dos jovens comendenses nem sequer sabe que existe…) é, apesar de minúsculo, um espaço natural da nossa terra que seria conveniente respeitar e proteger.
Infelizmente não é isso que acontece, pois alguns dos nossos conterrâneos mais descuidados -ou completamente divorciados da ideia que a Natureza se deve defender com unhas e dentes- vão ali despejar trastes velhos, que dão ao lugar o aspecto sujo e deprimente que as nossas fotos documentam. São electrodomésticos desactivados, restos de móveis e detritos de toda a espécie, que, sem contestação possível, estariam muito melhor nas lixeiras municipais do que ali, naquele sítio, a ofender os olhos de quem por lá passa e a testemunhar que aqui, na nossa aldeia, o espírito cívico ainda não é aquilo que deveria ser. Esta falta de sensibilidade até roça as fronteiras do desleixo e da falta de respeito pelos outros, quando se sabe que os monstros que ali estão a conspurcar a Natureza poderiam ter sido removidos das casas de quem para ali abusivamente os atirou pelos serviços camarários. Que, já há muito tempo, propõe a sua recolha a todos os munícipes.
Outros sítios da nossa aldeia têm sido alvo do mesmo tipo de atentados ecológicos. Atentados que tornam a Comenda mais feia e menos apetecida. Francamente gostaríamos que tal espectáculo acabasse de uma vez por todas. Voltaremos ao assunto nas páginas deste blog, por acreditarmos que pugnar por um Castelo Cernado mais limpo e mais civilizado é tema de interesse colectivo.
Manuel Monteiro Silva
ADIC Futsal 2ª Jornada
"No passado sábado (31.10.2009), ADIC teve o seu segundo jogo do campeonato distrital em casa contra o Nisa Futsal.
Foi um jogo muito atribulado, marcado por muitas faltas e cartões amarelos. Começaram por sofrer o primeiro golo na primeira parte e graças a um golo de Sérgio Guerra foram para o intervalo empatados por 1-1.
Na segunda parte do jogo, estreia de Paulo Branco (Negas), marcou o segundo golo pelo ADIC de bola parada, deixando o resultado 2-2.
Alex (Celso) marca o terceiro golo pela sua equipa permitindo assim que o resultado de 2-4 passasse a
3-4. Mas minutos antes do final da partida ADIC perdeu o total controlo do jogo o que provocou a segunda derrota no campeonato por 3-6 frente ao Nisa Futsal. Mais uma vez tínhamos muitas possibilidades para vencer!!
É de salientar que tivemos uma claque muitíssimo activa puxando pelos nossos jogadores, e fazendo com que eles próprios e dirigentes por momentos "alinhassem" connosco no apoio à equipa.
Com esta derrota mantemos assim o oitavo lugar no campeonato com 0 pontos enquanto que o Nisa Futsal continua a liderar a classificação com 6 pontos.
No próximo dia 7 de Novembro pelas 18horas o jogo será frente ao Povoa e Meadas no Pavilhão de Castelo de Vide, equipa esta principiante nestas andanças, logo é uma equipa para "abater"!!
Apelo a todos os adeptos que vão apoiar o ADIC pois temos todos as condições para ganhar neste próximo jogo!
Para reflexão a toda equipa do ADIC:
"Consultem não os vossos medos mas as vossas esperanças e sonhos. Pensem, não sobre as vossas frustrações, mas sobre o vosso potencial não usado. Preocupem-se não com o que vocês tentaram e falhou, mas com aquilo que ainda é possível a vocês fazer!"
" Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer!"
FORÇA ADIC!!!
Tânia Mota"
23ª Baja Portalegre 500
Decorreu este fim de semana a 23ª Baja Portalegre 500 prova que traz sempre á nossa terra milhares de visitantes, para assistirem a esta prova de todo o terreno, em vários locais mas principalmente na passagem da Ribeira da Venda.
Este ano não fugiu á regra e o circo do rali lá estava montado, e o pessoal acorreu em grande número para verem os carros e as motos a competirem entre si, este ano o piso estava um bocado complicado já que choveu pouco, mas mesmo assim foi uma boa prova.
Estes eventos são importantes na medida em que trazem alguma visibilidade á nossa terra e á nossa região,já que muitos dos que nos visitam é a primeira vez que vêem á Comenda, para o ano há mais.
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